Ecologia Profunda...
O Instituto Surya Vidya trabalha na linha idealizada pelo conceito da Ecologia Profunda, Reverencial e Integral que são conceitos que definem a motivação de vivermos uma realidade mais abrangente, buscando o equilíbrio e a preservacão do pessoal, social e ambiental, compreendendo que somos todos células num grande organismo que partilhamos com as formigas, as rochas, a água, o ar, o fogo, e logicamente os outros seres humanos.
É sábio quem sabe cuidar de suas casas: de si mesmo, dos relacionamentos, dos outros seres na natureza, dos objetos que usa, da cidade onde mora, da região, do planeta. Esta é, sem dúvida, a maior riqueza que podemos adquirir!
Esta é a filosofia que motiva o nosso trabalho na Reserva Ecológica Centro Caraívas. Convidamos você a embarcar nesta viagem juntamente conosco em unanimidade, ou seja união em nível de alma!
Ecologia Profunda
Ecologia é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
Ecologia vem da palavra grega "oikos" (eco), que significa "casa", e "logos", que significa "estudo”. Eco então é casa, e logia é estudo. Ecologia é o estudo da casa.
O que é casa? É o habitat, é o meio onde se vive, seja ele o corpo físico, emocional, mental e espiritual, a casa onde moramos com nossa família, a cidade onde residimos, o meio natural que nos envolve é a nossa casa e a casa de todos os seres vivos e inanimados. O planeta é nossa grande casa, e o universo é nossa casa maior ainda.
A ecologia é o estudo de tudo isto, é o estudo dos relacionamentos das partes entre si e das partes com o todo. Assim, a ecologia é o estudo dos relacionamentos, das interações, das conecções. Abrange também o relacionamento que temos com nós mesmos e com as pessoas com quem convivemos.
Quando nos aprofundamos ainda mais neste conceito de ecologia, partindo do nosso corpo psico-espiritual compreendemos que estamos inseridos num universo onde todas as partes são interdependentes e interconectadas, que precisamos de tudo mais em nossa volta para existirmos, e que nossas ações e pensamentos, por mais insignificantes que pareçam, afetam tudo mais que existe. Pensamentos são energias criativas, capazes de criar e transformar a realidade. Somos o que pensamos.
Este tipo de ecologia, que aborda uma maior complexidade da vida, é denominda Ecologia Profunda, um conceito filosófico que vê a humanidade como mais um fio na teia da vida. Cada elemento da natureza, inclusive a humanidade, deve ser preservado e respeitado para garantir o equilíbrio do sistema da biosfera. Assim, a Ecologia Profunda ultrapassa o conceito da ecologia no sentido que esta é apenas o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
A Ecologia Profunda é uma forma de pensar e agir, dentro da ecologia ou de qualquer outra atividade, ela questiona em profundidade nosso modo de viver e as suas consequências. A ecologia profunda é uma ecologia espiritual.
A Ecologia Profunda é um conceito sistêmico que questiona em profundidade nosso modo de viver e as suas consequências, entendendo que todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une as células de um corpo ou uma família. Tudo quanto agride o meio natural, agride o ser humano. Assim, o meio ambiente transcende a área da natureza em si e incorpora também os relacionamentos do ser humano consigo mesmo, com os outros seres, e com tudo mais. A Ecologia Profunda considera a interdependência e a interconectividade entre o meio natural / o ser humano / e o meio construído pelo ser humano, sob o enfoque da sustentabilidade, para assegurar a preservação de todas as espécies, inclusive a espécie humana, e a qualidade de vida na Terra e no Universo.
Este conceito foi proposto por um filósofo e ecologista norueguês,Arne Naess, em 1973. Naess era também estudioso do Budismo e de filosofias orientais, influências marcantes no modo de agir do ecologista profundo. É a influência que a filosofia taoista exerceu sobre todo o movimento ecológico. Naess criou a escola de Oslo e fundou a Ecologia Profunda, uma filosofia ecológica que propõe alterações culturais, políticas, sociais e econômicas com vista a alcançar uma convivência harmoniosa entre os seres humanos e os restantes seres vivos.
A idéia principal da Ecologia Profunda é a defesa da necessidade de uma nova filosofia e de uma nova praxis que considere o ser humano como parte integrante da natureza e não como um ser superior investido de direitos exclusivos. A ecologia profunda propõe uma abordagem não antropocêntrica, ou seja, o ser humano não é o centro do universo. A vida não existe para servir ao ser humano.
A visão antropocêntrica coloca o homem como centro do mundo e quer preservar os rios, o oceano, as florestas e o solo porque são instrumentos do seu próprio bem-estar. Quando olha para o meio ambiente com esta preocupação, o homem só enxerga os seus próprios interesses, já que, inconscientemente, se considera a coisa mais importante que há no universo. Olha a árvore e vê madeira. Olha o solo e vê o potencial agrícola ou a possível exploração de minérios. Olha o rio e vê um curso d’água navegável por barcos de determinado porte. Ele sabe que deve preservar os chamados recursos naturais, porque são preciosos. A natureza para ele é um grande cofre, abarrotado de riquezas renováveis.
Mas na Ecologia Profunda a natureza é respeitada por si mesma, sem ser objeto para servir o homem. Uma árvore é um ser com vida própria e com direito a existir. Diversas sociedades humanas, especialmente indígenas praticavam uma vida de acordo com este modo de ver e agir com respeito a natureza. A definição mais recorrente de Ecologia Profunda se dá justamente por meio do discurso do índio norte-americano Chefe Seattle Em sua carta ao presidente Franklin Pierce, ele afirma:
"De uma coisa sabemos. A terra não pertence, ao homem: é o homem que pertence à terra. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará."
A Ecologia Profunda é uma reverência a toda a criação, lhe permitindo direito a vida, e nós seres humanos pensantes devemos aprender a respeitar e aprender a cuidar de tudo que existe simplesmente para existir. Não para nos servir. Só a partir desta conscientização do ser humano, será possível a preservação da vida na Terra, pois só assim, aprenderemos a respeitar a Vida.
Jeanne Marie White
Caraívas
Pirenópolis, Goiás, Brasil
EcoPsicologia
“Nas últimas décadas um grande número de pesquisas apontou a existência de uma correlação entre o contato com ambientes naturais e melhores índices de saúde mental. A ciência da Ecopsicologia vem estimulando uma reflexão profunda sobre as distorções existentes na relação homem/natureza. Esta revisão mostra-se como urgente e fundamental, face a gravidade dos desequilíbrios ambientais que vem sendo provocados pela ação predatória e irresponsável do homem. Ao restabelecer a integração com os ambientes naturais, no entanto, o ser humano encontra mais do que garantia de sobrevivência: encontra estados de equilíbrio interior e transcendência. Realizar este potencial de reconexão e bem estar através da natureza é uma poderosa ferramenta no combate ao stress, ansiedade e depressão comumente presentes em nosso universo contemporâneo.
Ao contrário de outras abordagens da Psicologia que trabalham as relações do ser humano consigo mesmo e com outros seres humanos, a Ecopsicologia trabalha as relações do ser humano com o Planeta e com os ecosistemas dos quais faz parte. Sustenta que na raíz de nossa psiquê está uma conexão básica com a natureza. A repressão dessa conexão na sociedade industrial fez-nos perder o senso de pertencimento à natureza. Essa dissociação homem/natureza é parte fundamental da crise ambiental que vivemos e, de acordo com a Ecopsicologia, a solução dessa crise passa não só pela criação de tecnologias limpas como também pela cura dessa dissociação. O conceito de Inconsciente Ecológico remete-nos à sabedoria ancestral de povos que reconheciam o ser humano como um fio de uma grande teia de vida planetária. É característica dessa sabedoria, reconhecer o sentimento de lealdade para com todas as espécies que compartilham conosco o Planeta. Esse Inconsciente Ecológico pulsa em nós e sua integração à consciência pode abrir espaço para estados de integração e sanidade, assim como pode ser a base para a ética em nossas relações com o Planeta”.
(Texto extraído do site www.ecosintonia.com.br)
Marco Aurélio Bilibio é psicólogo, mestre em Psicologia da Religião e um dos pioneiros da Ecopsicologia no Brasil.
